Apesar de a pandemia provocar baixa na taxa de ocupação, novos empreendimentos serão abertos nos próximos meses, um em agosto e um em janeiro
Apesar de a pandemia fazer despencar a taxa média de ocupação de hotéis de Ponta Grossa – passando de 52% em março de 2019 para 41% em 2020 e 31% no mesmo mês de 2021 (leia mais abaixo) – a cidade contará, em menos de um ano, com dois novos empreendimentos do setor: o Slaviero Essential, que tem previsão de abertura em agosto de 2021, e o Ramada Encore, que pretende abrir as portas em janeiro de 2022.
A reportagem do Diário dos Campos e portal dcmais esteve nas duas construções na manhã desta terça-feira (27) e registrou o andamento das obras.
O Slaviero Essential Ponta Grossa será a 12ª unidade da rede no Paraná, onde há maior concentração de empreendimentos da marca. O hotel está sendo construído no Distrito Industrial, à margem da rodovia BR-376; sentido Ponta Grossa, ele fica localizado pouco antes da cervejaria Heineken. A ideia é justamente focar em executivos e viajantes e, para isso, serão 50 apartamentos, além das salas de reuniões. A rede Slaviero já esteve presente na cidade até 2017, quando o imóvel em que estava alocada passou a abrigar o Bourbon Convention, em Olarias.
Já o edifício do Ramada Encore fica localizado em Oficinas, na esquina das ruas Emílio de Menezes e Carlos de Laet. O empreendimento totalizará 156 apartamentos e tem o investimento avaliado em R$ 25 milhões. O seu modelo de negócio é um “condo-hotel”, que possibilita que qualquer pessoa pode adquirir um ou mais quartos e contar com a divisão de lucros (dividendos) do empreendimento como um todo, além de usufruir descontos na rede mundial do Ramada. O empreendimento integra o grupo Wyndham, a maior empresa hoteleira do mundo; seu portfólio abrange cerca de 7.800 hotéis de quinze marcas em 66 países.
Ocupação em baixa
De acordo com levantamento do Ponta Grossa Campos Gerais Convention & Visitors Bureau (PGCG CVB), desde a chegada da pandemia na cidade – em março de 2020 – nenhum mês obteve resultado melhor que os do ano anterior.
A cidade viu a sua taxa média de ocupação despencar e oscilar: dois meses antes do início da pandemia no Brasil, a taxa de ocupação estava em 56%, caindo para 41% em março e fechando abril em 13%, valor mais baixo já registrado em Ponta Grossa. A partir de então começou a subir crescentemente até janeiro deste ano, quando voltou a cair – fechando março de 2021 em 31%.
Outro dado que mostra os impactos da pandemia no setor é o não acompanhamento de preços: segundo o PGCG CVB, a diária média dos hotéis fechou 2020 em R$ 195, aumento de pouco mais de 1% em relação a 2019 – uma defasagem enorme quando comparada à inflação de 4,52% e o IGMP de 23%.
“O impacto deste ano de pandemia foi massivo e só não foi pior graças a natureza agroindustrial de nossa região. As perdas não param de se acumular e não há muito o que as empresas podem fazer”, comenta Henrique Plattek, diretor do Convention.
Sobre um cenário de retomada, o presidente do Sindicato Empresarial de Hotelaria e Gastronomia dos Campos Gerais, Daniel Wagner, fala com cautela.
“Acreditamos que os eventos terão uma recuperação muito lenta, porque o turismo de eventos era o que nos ajudava, a parte do turismo corporativo teve muita coisa substituta por reuniões online, então também a recuperação, mas não será tão rápida”, cita, ressaltando que o turismo de lazer será uma das formas que trará hóspedes aos hotéis, pois há um aumento significativo de movimentação, principalmente nos atrativos turísticos naturais.
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